III Congresso Lusófono de Ciência das Religiões
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LISBOA | 31 de Janeiro a 5 de Fevereiro de 2020

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Pentecostalismos no espaço lusófono – Portugal, Brasil, Angola e Moçambique

Coordenadores:

José Brissos-Lino (ULHT), Leonildo Silveira Campos (UPM) e Ricardo Bitun (UPM)

Tema:

O movimento pentecostal se visibilizou nos Estados Unidos, a partir da primeira década do século XX, alcançando em poucos anos, a Europa (Inglaterra, Noruega, Suécia); África; Ásia e América Latina. A teologia e as práticas pentecostais enfatizam a experiência mística das pessoas com o Espírito Santo, que batiza e dá dons (de cura, do falar em línguas, de profecias, de realização de prodígios). O movimento pentecostal chegou ao Brasil em 1910, mas desde os anos 1950 se pluralizou até que uma parte dele recebeu o nome de “neopentecostalismo”, se espalhando pelo espaço lusófono, com forte presença na mídia eletrônica e no campo político. Valorizam temas como prosperidade; bem-estar; dinheiro; cura; e exorcismo. Acreditam que as forças do mal são causadoras dos sofrimentos e aflições que afligem os seres humanos. O Simpósio Temático tem por objetivo analisar os pentecostalismos, em sua pluralidade, peculiaridades, instituições, estratégias de expansão, processos de adaptação e de acomodação nos diversificados espaços da lusofonia.

O Orientalismo e as Religiões Mundiais: entre diversidades, rupturas, “invenções” e “realidades”

Coordenadores:

Arilson Oliveira (UFCG) e Gisele Oliveira (UPE)

Tema:

O GT “O Orientalismo e as Religiões Mundiais: entre diversidades, rupturas, ‘invenções’ e ‘realidades’” busca como objetivo principal abordar/apresentar o contexto social (ética, visão de mundo, prática religiosa, identidades e papéis de gênero, embates políticos e econômicos e relações intelectuais ou filosóficas) das religiões mundiais (como diria Max Weber); especificamente, mas não excluindo as demais, daquelas que conceitual, histórica, geográfica ou praticamente (seja como uma “invenção” cognitiva, como diria Edward Said, seja como prática “real”) apresentam-se ou são apresentadas como de caráter oriental, tais como: Hinduísmo, Budismo, Xintoísmo, Confucionismo, Islamismo etc. E na busca de nossos objetivos (discutir o olhar e a narrativa do outro e sobre o outro), por conseguinte, abarcaremos vários períodos sócio-históricos dessas religiões em comparação com a contemporaneidade e os novos movimentos religiosos, suas motivações para o agir, seus possíveis sincretismos e efeitos sociais, suas realizações e tabus, legados e práticas cotidianas, diversidades objetivas e subjetivas, maneiras de ser e agir e até seus fundamentalismos que rompem narrativas e memórias. Lembrando que, para tanto, faz-se importante analisarmos o olhar das religiões ocidentalizadas frente às orientais, das religiões orientais sobre si mesmas ou de teorias e olhares diversos que “inventam” o Oriente.

A festa, o sagrado e o profano: memórias e narrativas da lusofonia à luz do imaginário simbólico religioso

Coordenadores:

Rosângela Siqueira da Silva (PUC-Goiás) e Milton Melo dos Reis Filho (UFAM)

Tema:

O simpósio temático tem o objetivo de promover reflexões sobre a festa, o sagrado e o profano, fomentar o amplo debate visando articular a relação entre o imaginário simbólico que convive no mesmo espaço, na qual a pluralidade dos sistemas e mundos tornam-se desafios nas sociedades complexas. A centralidade das análises transita pelas narrativas, memórias, imagens, representações e contextos sociais, históricos e culturais que reforçam a pertença às identidades e à produção de novos bens simbólicos. A relevância deste simpósio se justifica pela necessidade de ampliar o debate, ainda pouco discutido no âmbito acadêmico, uma vez que a temática festa e religião evidenciam aspectos centrais na estruturação das narrativas indenitárias e na manutenção da memória social. Sua pertinência ganha especial relevo porque permiti o elo complexo para conectar dimensões temporais do presente, passado e futuro, da construção e reconstrução de uma memória coletiva. A partir dos olhares no imaginário simbólico, certamente, sua expansão e trama é o da pluralidade e o da diferença. É nesta interconexão entre o campo simbólico da festa, do sagrado e do profano, sobretudo das narrativas indenitárias por meio das suas diversas expressões, que permitem a reconfiguração e ressignificação sobre a dinâmica da pluralidade.

Protestantismo Clássico na Lusofonia – Tradição e Transições

Coordenadores:

Lidice Meyer Pinto Ribeiro (UPM) e José Brissos- Lino (ULHT)

Tema:

O universo do protestantismo histórico tem passado por mudanças estruturais e conjunturais de significativa relevância desde o século XVI. Mesmo as denominações mais antigas estão hoje a afastar-se das suas origens medievais, adaptando-se às necessidades da sociedade, através de novos modus operandi.

Neste simpósio temático pretende-se reunir comunicações que tratem sobre o papel social do protestantismo histórico na Lusofonia.

Os seus objectivos passam por:

– reflectir sobre o papel social do protestantismo histórico, ao longo dos séculos, desde a sua génese até à actualidade;

-apreciar as respostas que as diversas igrejas oriundas da Reforma Protestante souberam e puderam fornecer às populações nas áreas educacionais, políticas, económicas, sociais e culturais, em cada momento histórico;

– discutir o tipo de estratégias desenvolvidas nos últimos tempos pelo protestantismo histórico, na tentativa de fazer face às novas necessidades emergentes nas sociedades;

– pensar os novos desafios sociais face ao imperativo de manter a fidelidade aos princípios da Reforma.

Interfaces da Religião no Espaço: Festa, Turismo Religioso e Patrimônio Cultural

Coordenadores:

Diego Santos Barbosa, (UFJF) e Elza Aparecida de Oliveira (UFJF)

Tema:

Este simpósio pretende discutir a temática da religião na sua relação com o espaço público, relacionando, de um lado, concepções teóricas que apostam na possibilidade de construção de um lugar religioso de caráter público junto ao Estado e, de outro, concepções teóricas que questionam tal possibilidade, propondo um lócus religioso fora dos limites do Estado. O objetivo desde grupo de trabalho é focar suas reflexões dentro da área da Ciência da Religião e disciplinas afins a partir da articulação de três grandes realidades culturais e campos de conhecimento: as Festas, Turismo Religioso e Patrimônios Culturais. Os estudos e as pesquisas desenvolvidas estarão orientados prioritariamente para a compreensão dos fenômenos religiosos e suas possíveis articulações entre si. Pretende-se, também, ressaltar a pluralidade de reflexões contemporâneas nos trabalhos etnográficos e favorecer um debate profícuo entre perspectivas conceituais que perpassam diferentes áreas temáticas. Interessa-nos, especialmente, a conjugação entre os estudos de rituais e performances e a abordagem etnográfica das formas expressivas – gêneros poético-musicais, danças, encenações, manipulação e fabricação de objetos e artefatos que se articulam e desarticulam no contexto de formas mais festivas ou mais cotidianas da prática social. O simpósio pretende, sendo assim, reunir pesquisas que reflitam sobre os processos associados às culturas populares, privilegiando estudos sobre folguedos, rituais, danças, produções artesanais, festas, saberes e sociabilidades entre os espaços no mundo contemporâneos.

O Concílio Vaticano II: Continuidades, Rupturas e Transformações na Igreja Pós-conciliar

Coordenadores:

Tiago Tadeu Contiero (PUC-SP) e Wagner Montagnini (UNIMEP)

Tema:

O Concílio Vaticano II é entendido como sendo um marco divisor na história da Igreja Católica. É inegável que suas Constituições, Decretos e Declarações servem de base para moldar uma nova imagem de Igreja, que se propõe ser mais moderna, aberta e atenta aos anseios dos seus fiéis. Contudo, até mesmo pela proximidade histórica do evento conciliar, seus textos, seu impacto e suas consequências ainda são analisados sob diversas perspectivas no interior do próprio Catolicismo, sendo algumas visões positivas e outras negativas, que entendem o Vaticano II como uma ruptura na doutrina católica. Feitas essas considerações, o Simpósio proposto visa agregar contribuições de pesquisadores que estudam o Concílio Vaticano II, bem como sua recepção e as diversas correntes interpretativas que o rodeiam e auxiliam a compreender sua importância para o catolicismo e para a sociedade como um todo. Pretende ser um espaço aberto ao debate entre todos aqueles que se debruçam no estudo do evento conciliar, de seus impactos e leituras e também dos que entendem a importância que o mesmo teve para o universo religioso e social.

Tradições Religiosas: Ações, Mediações e Interlocuções no Âmbito dos Espaços Público e Político

Coordenadores:

Rodrigo Portella (UFJF), António Joaquim Brito Figueiroa Jardim Costa (UM)

Tema:

O Simpósio Temático visa fazer circular pesquisas que investigam as relações entre as tradições religiosas – nível institucional e nível espontâneo de atividades de seus agentes – com os espaços públicos, políticos e econômicos. Pretende-se verificar como as tradições religiosas têm interagido na esfera civil, seja em ações sociais, seja em posicionamentos referentes à agenda pública de temas polêmicos (bioética, questões jurídicas e constitucionais a respeito de minorias, etc). Objetiva-se trazer à tona o debate sobre a questão do papel da religião (em suas diversas representações oficiais e espontâneas) no âmbito público, civil e laico. Até que ponto as tradições religiosas têm ampla legitimidade em expor suas premissas (e colocá-las em prática) no espaço público e político? E quais são os limites de sua atuação (propositiva e prática) nestes espaços? Como as tradições religiosas têm atuado e influenciado sobre espaços públicos e políticos? Como as narrativas e literaturas sagradas das tradições religiosas (através da normatividade que têm para seus adeptos) estão a influenciar o âmbito público, civil e laico da sociedade? Quais as tensões, oportunidades e conflitos que se desenham na relação entre preceitos descritos nas literaturas e narrativas sagradas e a inserção deles (de forma dialógica, propositiva ou impositiva) no âmbito civil e público?

Da Crença e Não Crença: Desafios na Compreensão do Outro –

Coordenação:

Área de Ciência das Religiões (ULHT)

Tema:

Este Simpósio Temático vai desafiar à reflexão sobre as percepções de si e do outro entre crentes e não crentes: linguagem, imagética, narrativas, postura e ideologias que tenham lugar nesta relação entre uma cosmovisão e as outras cosmovisões que representam o diferente.

Do Apelo à Tradição à Construção de Memórias em Comunidades Religiosas de Matriz Africana

Coordenadores:

João Ferreira Dias (ISCTE-UL), Francesca Bassi (UFRB) e Valéria Amim (UESC)

Tema:

Olhar o que se designa, largamente, como tradições, reconhecendo-lhes o primado da invenção, alavanca a mutualidade e a intencionalidade político-ideológica da memória coletiva. Sob tal problemática Triaud (1999) defendia que a memória histórica, seja de que coletivo humano for, é sempre instituída, porquanto opera na coesão e no reforço de determinado alinhamento narrativo como forma de veiculação de poder. Diferentemente à memória veiculada no espaço público, encontramos a memória religiosa tal como é comunicada na vivência e nas práticas: uma memória que somente é transmitida segundo condições pragmáticas especificas (Severi 2004). Tal é particularmente evidente nas religiões afro-brasileiras para as quais a tradição e a memória forjam novos movimentos identitários e históricos. Ali, a memória opera como referência, como espaço de preservação identitária e depende também da memória individual, uma vez que historicamente baseadas na oralidade (embora cada vez menos exclusivamente) requerem o face-a-face do aprendizado e, bem assim, as latências do conhecimento remetem para a legitimidade tanto de quem ensina quanto de quem aprende. Desse modo, tanto a memória quanto o apelo e a forma como se utiliza a tradição são ‘multiversas’ (Latour 2008). Para além do “reconhecimento” que a tradição outorga existe, ainda, as tradições subterrâneas,clandestinas, pouco traduzidas e identificadas, muitas vezes tidas como ilegítimas, que introduzem outras temporalidades culturais e políticas, incomensuráveis na invenção da tradição. Processo esse que segundo Bhabha (2003) afasta qualquer acesso imediato a uma identidade original ou a uma “tradição recebida”. Assim, este simpósio pretende acolher reflexões sobre a história oral, as narrativas e práticas associadas às memórias das comunidades religiosas de matrizes africanas, sejam como lugar de preservação (os ‘lieux de mémoire’ de Pierre Nora [1989]), sejam em referência a utilizações político-ideológicas de autenticidade ou legitimidade (Capone 2004), seja ainda sobre os mecanismos pelos quais a memória se veicula e se apela nas religiões de matriz afro. Dessa forma, intentamos a um debate polifónico, marcado pela diversidade de abordagens teórico-metodológicas e de dados empíricos, espelhando, assim, a complexidade e multiplicidade de processos e usos.

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