Análise e reflexão de estudos, pesquisas e práticas curriculares, nos processos de escolarização de crianças, jovens, adultos e idosos, com ênfase no fenômeno religioso em suas múltiplas dimensões e possibilidades no currículo e na docência da escola contemporânea. Espaço de socialização de pesquisas, experiências e abordagens para a formação de professores (as) em que as discussões da diversidade religiosa estejam presentes nos percursos formativos dos futuros docentes.
A cultura midiática que entretece as complexas relações da sociedade contemporânea constitui-se um dos espaços privilegiados das pesquisas e discussões científicas em que se encontram as buscas de compreensão conceitual e metodológica da educomunicação enquanto área do conhecimento científico e prática social. Observar essa cultura e suas conexões com os espaços da vida social, especialmente o universo religioso, constitui-se, neste momento histórico da contemporaneidade, uma preocupação à pesquisa em educomunicação, especialmente no instante em que esse universo se firma cada vez mais nas práticas da sociedade brasileira e, como decorrência disso, busca formas de comunicação com os diferentes atores da sociedade, chegando assim a estreitar relações inclusive com a Educomunicação. Assim, o tema do VI Encontro de Educomunicação, “Diversidade e educomunicação, tecendo saberes e integrando práticas”, adquire especial relevo nesse contexto.
Carolina Rocha (IESP-UERJ) e Sandra Aparecida Gurgel Vergne (PUCSP)
Tema:
A proposta desse Simpósio é trazer as reflexões teóricas e práticas que permitam pensar os atravessamentos que constituem o papel da mulher negra na educação, na religiosidade (da igreja ao terreiro), na universidade e em seu lugar social, através da análise do simbólico no campo religioso, seu pertencimento e histórico de resistência. Para isso transitaremos entre a Ciência da Religião, a Literatura, a Educação e os autores descoloniais, de forma que possamos compreender os vetores que apontam para a necessidade da temática no campo acadêmico. O feminino, demonizado e esquadrinhado, sofre imposição de modelos hegemônicos, principalmente quando falamos da mulher negra. A violência e opressão na sociedade pós-colonial, impõem a construção de estratégias de resistência (transgressoras), em especial através do segredo e do sagrado, na religiosidade, ontem e hoje. Propomos pensar na dinâmica de vida e na ação política no cotidiano, a possibilidade da superação do racismo, do sexismo e de todas as formas de discriminação. Autores como Sergio Junqueira, Afonso Soares, Amadou Hampâté Bâ, Mignolo, Stela Guedes Caputu, Mudimbe, Walter Benjamin, Abdias do Nascimento, Azoilda Loreto, Wlamira Alburquerque e Ki-Zerbo, apresentam a necessidade de uma escuta mais atenta das narrativas de experiências e práticas cotidianas.
A emergência das novas/outras identidades nas cenas contemporâneas coloca em evidência um processo de desregulamentação da produção identitária, desalojando os sujeitos das posições anteriormente reconhecidas e possíveis para uma experiência de viver com/na diferença. Nestes contextos, são realçadas as possibilidades criativas dos sujeitos e as identidades anteriormente tidas como “naturais” e estáveis dão lugar a um processo de produção de si que desafia, inclusive, os discursos hegemônicos nos quais se firmaram os projetos educativos. Este simpósio propõe congregar investigações que focalizam as interseccionalidades da religião, sexualidades e gêneros nos processos de escolarização e na formação de professores Nosso interesse é reunir diversas perspectivas, experiências e contextos para discutir como os limites, disputas e embates dos enquadramentos normativos configuram e conformam gêneros e sexualidades nos corpos escolarizados e como as escolas e os currículos têm se tornado um campo disputado de regulação. Interessam-nos, de modo especial, as pesquisas sobre os discursos religiosos e suas apropriações no campo educacional, sobremaneira no que tange à produção de currículos para o trabalho pedagógico com as sexualidades e gêneros na Educação Básica e na formação de professores.
Citado nas Resoluções CNE/CEB nº 2/98 e nº 7/2010 como Área de Conhecimento e em outras leis como a Constituição Federal do Brasil de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, o Ensino Religioso é um direito de todo aluno. Neste sentido, faz-se necessário investigar e analisar se as diversas propostas curriculares existentes no Sistema Educacional Brasileiro têm como prioridade àquele que deve ser efetivamente considerado: o aluno. É este em sua condição concreta, como pessoa, que deve ser o critério de discernimento para qualquer proposta curricular. Este Simpósio Temático tem como objetivo refletir estudos e pesquisas sobre o conceito de pessoa para a Filosofia, a Psicologia, a Sociologia e para as religiões encontradas dentro da nossa diversidade religiosa e a relação de tais conceitos com as propostas curriculares. Por isso, que o mesmo pretende reunir trabalhos de pesquisadores de áreas afins que versam sobre este assunto, refletindo que o Ensino Religioso deve compreender a individualidade do ser pessoa enquanto pertença de um credo, mas saber articular com a relacionalidade entre os vários credos, ou seja, mesclar confessionalidade e pluralidade com relacionalidade.