III Congresso Lusófono de Ciência das Religiões
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LISBOA | 31 de Janeiro a 5 de Fevereiro de 2020

História, Memória e Ritualismo dos “diabos” populares

Coordenador:

José Filipe Pinto Marques Da Silva (UP, PT)

Tema:

A cosmovisão religiosa pode ser distinguida, em termos gerais, sob duas égides ou modalidades de adesão: o crente canonicamente orientado, que segue a normatividade imposta ou sugerida por uma das Religiões maioritárias, e o crente canonicamente difuso, que adere a valores e ritualismos de natureza mais flutuante e epistemologicamente imbricada numa diversidade de vectores paralelos. A desregulação dos sistemas de crença é algo que, nos últimos decénios, se tem tornando particularmente visível, sendo frequentes os casos de – por exemplo – Cristãos assumidos que frequentam simultaneamente os serviços pastorais e sessões espíritas ou médiuns de incorporação. A figura clássica do diabo como opositor ou inimigo aparenta estar despersonalizada e ressurgir contemporaneamente sob uma pluralidade de formas primitivas e animistas, quase que individualizadas ad hoc, através das quais se vão cultuando, com maior ou menor sincretismo, entidades e ídolos paralelos que se tendem a sobrepor às práticas historicamente dominantes (como os distintos casos do Vudu, Candomblé ou Satanismo Goético). Neste simpósio, pretende-se analisar e discutir sobre a história, a memória e o ritualismo das diferentes camuflagens fenomenológicas e as vias de culto, adoração e pregação destes ídolos não-canónicos e até mesmo anti-canónicos, independentemente da “santidade” ou “demonidade” com que são comummente – socialmente – referidos.

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