III Congresso Lusófono de Ciência das Religiões
« Religião, Ecologia e Natureza »

LISBOA | 31 de Janeiro a 5 de Fevereiro de 2020

História Cultural das Religiões

Coordenadoras:

Júlia Rany Campos Uzun (UNICAMP) e Sara Cristina de Souza (UNICAMP)

Tema:

Este simpósio temático busca trazer à tona uma série de discussões acerca do estudo das religiões a partir da perspectiva da História Cultural. Tal abordagem foi impulsionada pela virada linguística e cultural, a partir do final da década de 1970, quando historiadores e outros pesquisadores em Humanidades passaram a relativizar os esquemas teóricos generalizantes, priorizando as distinções de natureza cultural em detrimento das explicações econômicas, políticas e sociais até então em voga.

A História Cultural, por seu turno, permite aos estudiosos pensar as diferentes religiões a partir das práticas e estratégias cotidianas, ressignificando os conceitos religiosos como partes integrantes das culturas nas quais se inserem. Dessa forma, o estudo das religiões torna-se relevante ao auxiliar na desconstrução das generalizações que podem vir a ser utilizadas como instrumentos de violência e coerção em várias temporalidades e espacialidades.

O simpósio temático pretende abrigar trabalhos que discutam questões téoricas e metodológicas acerca da História das religiões, reunindo também temas ligados à História das instituições religiosas, à discussão entre gênero e religião, às questões ligadas ao missionarismo, aos debates entre mídia e religião, aos questionamentos sobre as práticas, discursos e devoções religiosas nas sociedades contemporâneas, de forma multicultural e plural.

 

Violência em nome dos Deuses

Coordenadores:

Luiz Alexandre Solano Rossi  (PUC-PR) e Luiz José Dietrich (PUC-PR)

Tema:

A violência também possui uma face religiosa. É muito comum na literatura dos textos sagrados, assim como no imaginário dos povos antigos, a pressuposição de que a divindade maior se encontra irremediavelmente ao lado do vitorioso. Na construção de ordens sociais assimétricas, tanto do passado quanto do presente, os vitoriosos são aqueles que ocupam o topo da pirâmide social. Na maioria destas sociedades, quando admitem a importância da religião, os vitoriosos refletiriam a presença divina, ou seriam seus intérpretes autorizados, deixando um grande vácuo de ausência para a multidão de pobres e miseráveis que preenchem a base da pirâmide. O Antigo Oriente Próximo produziu um imaginário em que as divindades assumem formas bélicas, inclusive tendo servido muitas vezes para ratificar projetos de conquistas imperiais e colonialistas. Procura-se, nessa sessão temática, reunir e debater pesquisas que tenham como tema as múltiplas faces da violência em nome dos deuses, a fim de se buscar compreensões religiosas que contribuam para uma nova ordem mundial, e, de outro modo, releituras e novas percepções de textos sagrados que deslegitimem a violência fundamentando práticas que apontem para a construção de outros mundos possíveis.

O Fundamentalismo Cristão e a Democracia

Coordenador:

Alexandre Guilherme da Cruz Alves Junior (UNIFAP – BR)

Tema:

O Simpósio Temático tem por objetivo congregar pesquisas que analisem, a partir de estudos de casos ou processos, a atuação política de denominações religiosas ou personalidades públicas fundamentalistas cristãs, – como pastores, políticos, cientistas, artistas, etc.-, no interior de países de regimes democráticos, seja através de partidos políticos específicos, grupos de pressão na sociedade civil, imprensa, mídia eletrônica ou outros meios e instrumentos de atuação política pública. A intenção é discutir conjuntamente como os fundamentalistas cristãos se relacionam com as instituições democráticas em diferentes países, buscando interpretar as leis e os preceitos constitucionais a partir de uma leitura pretensamente literal da Bíblia, identificando, assim, algumas de suas estratégias a partir do debate de casos concretos ocorridos ao longo dos séculos XX e XXI. Desse modo, o Simpósio Temático buscará contribuir para o debate mais amplo sobre a relação entre o fundamentalismo cristão e a modernidade, assim como seus projetos políticos e sociais, e diferentes estratégias de divulgação da sua visão de mundo.

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