Literatura e Memória Cristã Primitiva em novas perspectivas
Coordenador:
Antonio Carlos Soares dos Santos (UMESP)
Tema:
As escrituras sagradas, da mesma forma que as obras literárias do mundo antigo, são representações de experiências vivenciadas ao longo da história e presentes na memória individual e coletiva dos povos e culturas. A memória das comunidades cristãs primitivas do século um ao quarto E.C, estaria presente em muitas e variadas experiências que estão presentes, mesmo como fragmentos, na redação da literatura cristã. Ressaltamos que na historiografia cristã primitiva, é abundante e essencial a apresentação de escolas e personalidades, como os representes gnósticos, que desenvolveram uma perspectiva mais ampla do Cristianismo (século II e IV d.C.), escritos, relatos e testemunhos que promulgaram a memória, os costumes e a cosmovisão de experiências cristãs adquiridas ao longo da história e de diferentes regiões geográficas. Propomos, como finalidade deste ensaio, a abrangência da linguagem e dos textos sagrados como estágios da memória e de significados das comunidades cristãs primitivas. E, para isso, as pesquisas literárias tornam-se um material de fundamental importância para a análise dessas narrativas, em que o texto religioso poderá ser decodificado e abarcado com outros significados e sentidos a partir dos distintos aspectos individuais e coletivos dos grupos culturais e religiosos, congregados no repasse de memórias ligadas pela oralidade e escritos. O texto literário é reconduzido na afinidade que se estabelece entre o leitor/receptor/auditório e a narrativa. Portanto, é o processo gerador de textos que em seu cultivo de sentidos ressignificará as identidades e implantará as fronteiras que determinarão os grupos e a auto concepção sócio-religiosa e cultural do cristianismo antigo.