III Congresso Lusófono de Ciência das Religiões
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LISBOA | 31 de Janeiro a 5 de Fevereiro de 2020

Listagem dos GTs aprovados

Todas as propostas de comunicação submetidas a este III Congresso terão de se inserir tematicamente num destes GT’s.

Nota: Qualquer investigador independentemente da Instituição que esteja vinculado, pode apresentar uma proposta de comunicação a qualquer GT.

 

1–A liberdade religiosa e o “governo dos riscos”: consciência da contingência e esperança ecológica.

 

EMENTA:

Todas as sociedades temem a morte, a doença, os incêndios, as inundações, a fome, os temporais e a guerra; todas as sociedades procuram evitam danos. Todavia, o fato de incluir a luta contra os riscos num programa político, transformá-lo em desafio no intuito de reforçar a democracia são fenômenos recentes que se restringem a algumas sociedades. Pois, se todas elas mantêm, desde sempre, uma “relação com os riscos”, quer dizer, uma forma peculiar de enfrentá-los, que transparece em um plano cultural, essa relação de risco muda conforme as épocas e os lugares. A sociedade dos riscos, em que vivemos, consiste na sociedade pós-industrial, onde as divisões sociais não se fazem apenas por distribuição de acesso a gerações de direito, mas de exposição a maiores ou menores níveis de risco. Trata-se de uma sociedade reflexiva, com um alto poder de alto-destruição. O objetivo deste GT é facilitar o diálogo entre uma teologia da esperança e uma filosofia da razão com as discussões jurídicas, políticas e sociológicas sobre o “governo dos riscos”. A problemática perpassa a indagação: como a tomada de decisão limita a liberdade e coloca em risco a esperança ecológica?

 

 

 

Coordenação:

Alexandre de Siqueira Campos Coelho Pontifícia Universidade Católica de Goiás/Brasil

 

2-Hamilton Castro: Pontifícia Universidade Católica de Goiás/Brasil

 

2-Religião, Ética e Desenvolvimento Rural Sustentável: Debates Interdisciplinares

EMENTA:

O GT tem como foco a discussão da relação entre a religião, a ética e o desenvolvimento sustentável a partir de conhecimentos interdisciplinares imbricados com as questões ecológicas e da natureza. O GT se organiza em três eixos: O primeiro articula as investigações sobre as interconexões entre religião e as questões da sustentabilidade ambiental, especialmente através da ética e da bioética. O segundo discute o desenvolvimento rural sustentável em suas dimensões históricas, políticas, sociais, ambientais e de organizações associativas vinculadas ao campo religioso sustentando nas ciências humanas, sociais e da natureza. A partir da “Laudato Si – Sobre o cuidado da casa comum” aflorou a necessidade da inserção dos pensamentos religiosos na temática ambiental, o que significa que as tradições religiosas tornam-se representativas sobre o cuidado com o sofrimento humano e o meio ambiente. Objetiva-se, assim, debater o axioma do uso da natureza como um bem comum e a busca por modelos rurais sustentáveis. Por fim, o terceiro discute a educação ambiental e suas interfaces nas comunidades religiosas em suas diferentes manifestações e, neste contexto, a religiosidade como um eixo de sustentabilidade para a saúde emocional, a felicidade e o tornar-se cidadão planetário.

Coordenação:

Dr. Alvori Ahlert (UNIOESTE)

Dra. Irene Carniatto (UNIOESTE)

Prof. Dr. Reginaldo Ferreira dos Santos

Dra. Tania Zimmermann (UEMS)

4-Religiões, Terapias e a Natureza

EMENTA:

O GT “Religiões, Terapias e a Natureza” busca como objetivo principal abordar os contextos idealizados ou realizados das antigas religiões ou dos novos movimentos religiosos, ocidentais ou orientais, e que apresentam-se ou são apresentados como de caráter místico, holístico, esotérico, terapêutico, curandeiro, pagão, ocultista ou naturalista. E que estas, por sua vez, abordem terapias alternativas em geral, usos de ervas, plantas, alucinógenos, elementos naturais (terra, água, fogo, ar ou mente) com o propósito de cura, equilíbrio, bem-estar, transe, prática pedagógica e visões sobre a própria natureza, os animais ou o cosmos; bem como quaisquer tipos de performance ritualísticas (em discurso, cerimônia, canto ou dança), ideias, artes, símbolos ou doutrinas que utilizem a natureza de alguma forma: como agente de poder, proteção, provocador de perspectivas, ideias de mundo etc. E na busca de nossos objetivos específicos – entender a relação e a utilização das religiões em torno e com a natureza –, por conseguinte, abarcaremos vários períodos sócio-históricos-culturais dessas religiões (antigas, modernas ou contemporâneas), suas motivações, seus possíveis sincretismos, cenários e efeitos sociais, realizações e tabus, legados, diversidades objetivas e subjetivas, maneiras de ser e agir, narrativas e memórias em torno da natureza. Lembrando que, para tanto, faz-se importante analisarmos o olhar destas religiões não apenas como mediadoras, mas também como interventoras para a reorganização dos sujeitos no mundo.

1-Arilson Oliveira (Universidade Federal de Campina Grande/Brasil)

2-Gisele Oliveira (Universidade de Pernambuco/Brasil)

5-Educação, Religião e Sociedade: debates contemporâneos

EMENTA:

Este Grupo de Trabalho tem por objetivo propor socialização de pesquisa estudos na área da educação ou religião e sua intervenção com a sociedade,  na perspectiva interdisciplinar e transdisciplinar que envolva a articulação entre os sujeitos nas  áreas  de interlocução da educação e ciências sociais aplicadas. O GT pretende reunir pesquisadores/as em torno dos referidos eixos e de suas interfaces com as temáticas correlatas, acolhendo propostas de comunicações que discutam aspectos teórico-metodológicos e reflexões críticas acerca do papel das religiões e suas implicações sobre a educação e a sociedade contemporânea.

1-César Vitorino (Universidade do Estado da Bahia/Brasil)

2-Ivonete Barreto de Amorim(Universidade do Estado da Bahia/Brasil)

3-Doutorando João V. Batista do Nascimento(Universidade Federal da Paraíba)

7-Peregrinações cristãos nos tempos da crise da cultura ocidental: impactos, desafios e oportunidades.

EMENTA:

O GT propõe discutir o fenómeno das peregrinações cristãs na modernidade e na pós-modernidade marcada pela crise da cultura ocidental, pela globalização e pela crescente secularização, assim como também pela tentativa de criar uma sociedade de poder sem vínculos, egoísta e narcisista, amedrontada e fechada culturalmente diante do outro-diferente, esvaziada de um sentido da verdade e da ética, cuja ausência leva a um vazio existencial, à manipulação das consciências e a todo tipo de fanatismos. As peregrinações cristãs que sempre eram vistas como um caminhar desafiante entre as vicissitudes do tempo e do lugar, e como um movimento que contribuiu, no passado, com a constituição da cultura Ocidental, podem ser também hoje um movimento de renovação cultural e de esperança para além da pós-modernidade, apesar dos impactos e desafios que enfrentam?

1-Krzysztof Dworak (Universidade do Estado da Bahia/Brasil)

2-Antônio Lopes Ribeiro (Universidade do Estado da Bahia/Brasil)

9-Ética, Espiritualidade e Sustentabilidade: diálogos entre ciência e religião.

EMENTA:

Todos os dias somos acordados por notícias, eventos, fenômenos naturais (acidentais ou resultados de intervenções desastradas dos humanos). Tudo isto não acontece apenas no “quintal” de alguns, mas ocorre no que podemos chamar de “quintal comum”, nosso planeta terra, ou como está em voga dizer nossa “casa comum”.

Houve tempos em que os diversos eventos com os quais os Céus nos “acordam” foram interpretados como sérios e preocupantes sinais. Ora interpretados como estados de “Braveza” dos deuses para com os humanos, ora também vistos como sérios avisos de que nossas condutas, expressas nos desvios que se faziam diante do projeto criador desenhado pelos deuses, não agradavam a estes.

O certo é que desde longa data, e em todas as culturas e civilizações, a permanente e constante inquietação diante da necessária manutenção da vida e de seus constituintes foi objeto de interesse e esforço das humanidades.

Diante de tais necessidades, torna-se evidente justificar comportamentos, explicar e produzir regras e, acima de tudo em razão da Natureza Sagrada atribuída aos Céus por diversas culturas e religiões, os fenômenos celestes, no percurso da história das humanidades, são vistos como mensagens  dos deuses, que poderiam ser tanto  sinais de coisas boas como más.

Neste GT propomos como objetivo primeiro o debate sobre os papeis da Ética, da Espiritualidade que os grupos humanos produzem em vistas à manutenção da vida e da Sustentabilidade, observando-se a função social das religiões para o equilíbrio necessário entre Natureza e Agir Humano. Como objeto segundo deste Gt propomos pelo diálogo entre a ciência e a religião, analisarmos o que ocorre no meio ambiente e que coloca em risco a sustentabilidade da vida, de modo a se propor numa ação propositiva reflexão que seja iluminadora para a viabilidade sustentável da vida contemporânea.

1-Eulálio da Figueira (Pontíficia Universidade Católica de São Paulo/Brasil)

10-A Psicologia da Experiência Religiosa: Aspectos Cognitivos, Socioculturais e de Personalidade.

EMENTA:

O termo experiência religiosa é empregado para se referir a uma vivência direta (que pode ser individual ou coletiva) do objeto da crença religiosa. Alguns exemplos incluem visões da Virgem Maria no Catolicismo popular, experiências de dons do Espírito Santo em contextos carismáticos e evangélicos, experiências de mediunidade em religiões como o Espiritismo e a Umbanda no Brasil e toda uma série de experiências místicas narradas por membros de diferentes tradições religiosas e espirituais. Apesar de seu vínculo histórico com a teologia e com o ramo tradicional da fenomenologia da religião, o estudo da experiência religiosa abrange, na verdade, uma ampla gama de perspectivas e áreas do conhecimento, da antropologia às neurociências, variando de leituras essencialistas e universalistas (com raízes na teologia e no misticismo) até abordagens mais empíricas e sensíveis aos aspectos socioculturais dessas experiências. Já nos primórdios da psicologia científica, pensadores como William James (1842-1910) e Théodore Flournoy (1854-1920) se dedicaram a estudar as variedades das experiências religiosas em suas dimensões fenomenológicas, psicodinâmicas e sociais. Mais recentemente, diversos pesquisadores têm se voltado para uma compreensão dos processos cognitivos e neurofisiológicos dessas experiências. Levantamentos do tipo survey têm sido realizados ao longo do tempo, em diferentes países, para avaliar a prevalência das experiências místicas e religiosas na população, mas há pouca pesquisa transcultural a esse respeito. Estudos correlacionais têm averiguado a relação dessas experiências com uma série de variáveis cognitivas e de personalidade, a exemplo da dissociação, da esquizotipia e da transliminaridade. Por sua vez, os pesquisadores experimentais têm buscado eliciar a ocorrência dessas experiencias em contexto laboratorial, na tentativa de controlar e compreender as variáveis que atuam sobre elas. Incluem-se nesse rol de investigações as pesquisas com indução de experiências místicas por meio de hipnose e substâncias psicodélicas. Também se incluem aqui os estudos neurofisiológicos da experiência religiosa, durante os quais determinadas tarefas (como a oração, a leitura de textos sagrados, a meditação ou o transe mediúnico) são realizadas enquanto o indivíduo tem sua atividade cerebral mapeada por eletroencefalograma e variadas técnicas de neuroimagem. Uma série de outras investigações têm avaliado, ainda, a relação dessas experiências com indicadores psicopatológicos e de saúde mental, de modo a desenvolver critérios de diagnóstico diferencial entre experiências patológicas e saudáveis. Trata-se de temas atuais e relevantes, nas fronteiras entre a psicologia e outras áreas do conhecimento, como a Ciência das Religiões, que muito poderiam enriquecer o III Congresso Lusófono de Ciência das Religiões. O presente grupo temático tem como intuito discutir os temas elencados a partir de uma perspectiva interdisciplinar, ao permitir o diálogo entre Ciência das Religiões, Neurociência, Psicologia Experimental, Psicologia Clínica e Psicologia Social da Religião. O GT visa congregar para a discussão pesquisadores e estudantes da área.

1-Everton de Oliveira Maraldi (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/Brasil)

2-Miguel Farias (Coventry University/UK)

11- Diálogo inter-religioso e povos originários.

EMENTA:

O Grupo de Trabalho tem o intuito de abrir espaço para discussões que tratam a respeito do diálogo inter-religioso relacionado aos povos originários. O diálogo inter-religioso atual constantemente se volta para questões teóricas e conceituais, deixando de lado as possíveis contribuições das religiões que não possuem em seu escopo certa sistematização acadêmica, dentre elas, a que vem da leitura da natureza por parte dos diversos povos originários espalhados no mundo. Esse GT, portanto, abre a possibilidade para tentar enxergar possíveis contribuições oriundas das religiões de matrizes indígenas, africanas e de povos originários, certos de suas possíveis contribuições para a temática do diálogo inter-religioso contemporâneo.

1-Fabricio Veliq (Faculdade Jesuita de Teologia e Filosofia –Faje/Brasil e Katholieke Universiteit Leuven, KU/Leuven)

12- Religião, Ecologia e Natureza na Amazónia.

EMENTA:

Visa estudos sobre concepções de Religião, em um mundo que se diz globalizado no âmbito da cultura, dos fenômenos e das  diversidades religiosas e  linguagens que marcam os diferentes espaços e contextos histórico, social e ecológico da Amazônia. A Práxis Educativa na Amazônia perpassa por abordagens interdisciplinares no campo da Religião, da Ecologia e da Natureza na imensa região rica em biodiversidade, nesse sentido,  este  GT objetiva reunir textos que contribuam com a reflexão de produção intelectual nos processos religiosos, ecológicos e da natureza focando estudos sobre a  imensa região Amazônica para análise dos processos educacionais formais e informais e  suas múltiplas relações de poder.

1-Geneci Bett (Faculdade Boas Novas, Manaus/Brasil)

13- Religião, Interculturalidade, Saúde e Intervenção Social.

EMENTA:

A alteração do tecido cultural em Portugal tem-se revelado de uma forma substantiva nas últimas décadas e, em especial, na atualidade. Em contextos multiculturais, os profissionais no seu quotidiano conhecem, articulam, relacionam-se e envolvem-se com populações culturalmente distintas. O conhecimento intercultural torna-se, assim, um elemento essencial para uma maior proximidade e intervenção, o que passa pelo desenvolvimento de competências individuais, relacionais, comunicacionais e interculturais específicas.

Trabalhar sobre as dimensões culturais em instituições e com os profissionais favorece com efeito, o reconhecimento dos indivíduos e grupos e permite melhorar a qualidade dos serviços de saúde e leva à transformação das práticas sociais, através da mobilização do conhecimento e dos saberes baseados na experiência e na ação e facilita a transformação das relações técnicas e sociais das pessoas e das instituições.

O simpósio temático Religião, interculturalidade, saúde e intervenção social visa promover o debate teórico e metodológico entre investigadores, académicos e interventores sociais em torno das dimensões culturais e religiosas das pessoas que os profissionais de saúde e de intervenção social interagem e atuam diariamente no seu contexto profissional.

1-Hélia Bracons (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Lisboa/Portugal)

2-Manuela Paiva (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Lisboa/Portugal)

14- Cultura visual, religião e cinema.

EMENTA:

O GT “Cultura visual, religião e cinema” tem por objetivo reunir pesquisas que explorem a mútua relação entre cultura visual e religião. Para tanto, acolhe trabalhos que tratem das diversas formas pelas quais a cultura visual ganha expressão (ícones, fotografia, gravura, escultura, artes plásticas, cinema, etc.), dos mais diversos períodos históricos, tradições religiosas e culturas. Consideram-se também trabalhos que proponham análises da força performativa de imagens e sobre a metodologia para interpretação da cultura visual contemporânea. O GT parte do pressuposto de que a atenção a esse aspecto da cultura é uma resposta ao avanço da “visualização” e “estetização” da cultura contemporânea, com a expansão dos mundos imagéticos para todas as áreas da vida, desde ao cotidiano até a ciência. O problema que o GT propõe desenvolver é acerca de como a religião participa desse fenômeno, bem como das implicações que este tem para se pensar a religião na cultura contemporânea. Esse tipo de estudo tornou tema específico da investigação científica desde a década 90 do século passado, dando continuidade às intuições de Wittgenstein, Merleau-Ponty, Panofsky, Warburg, Boehm, Belting, Friedmann, entre outros, representando um campo de pesquisa que pode envolver estudos de textos sagrados e história da religião, bem como da relação entre cultura e religião a partir de diferentes formas de produção do olhar e da imagem, por exemplo, fotografias, filmes, pinturas, gravuras, artefatos e aspectos pictóricos de metáforas.

1-Helmut Renders (Universidade Metodista De São Paulo/Brasil)

15-Liberdade Religiosa, Protecção da Fauna e Direitos Humanos.

EMENTA:

O presente grupo de trabalho visa discutir aspectos relacionados aos conflitos sócio-ambientais e constitucionais entre a liberdade de crença e a proteção ao meio ambiente, considerando, dentre outros aspectos, em que medida, sob o argumento de proteção à fauna, pode-se coibir a prática de cultos religiosos nos quais ocorrem sacrifícios de animais, sobretudo nas religiões tradicionais de matriz africana. Recentemente, o STF retomou a discussão sobre a constitucionalidade dos sacrifícios de animais em rituais religiosos e concluiu pela não caracterização da crueldade, resgatando a dignidade dos seguidores de religiões que usam tais práticas, pois viviam entre o exercício do direito religioso e a violação da lei penal, uma que vez que, no Brasil, a crueldade a animais é crime. A referida decisão está longe de diluir a problemática da questão, bastante delicada, sobretudo quando se assume que o direito e a liberdade religiosa são vistos e entendidos como o direito de ter uma crença e orientar a razão de existir a partir dela. Pretende-se estabelecer uma discussão correlacionando aspectos da tolerância no conviver entre diversas crenças, a influência da mestiçagem cultural no simbólico religioso, a importância do meio ambiente e o papel do sistema jurídico. O aporte teórico fundamenta-se na mestiçagem cultural de Laplantine e Nouss (s/d) e na crítica da violência ética de Judith Butler (2017). É necessário compreender o conceito de responsabilidade de si e do outro no intuito de identificar alguns critérios para uma interpretação constitucional que permita adequar os valores em questão. Discutimos ainda aspectos relacionados ao Processo Demarcatório da Terra Tupinambá de Olivença, espaço sagrado, reivindicada a partir da reconstrução da identidade étnico-religiosa dos índios de Olivença, indígenas na região do Sul da Bahia, Brasil. As diversas formas como a religião se cruza com estas lutas e constitui inspiração para as mesmas persiste na resistência étnica ao longo da história, a devoção religiosa e o culto aos encantados/caboclos alicerçados em Sousa Santos(2010), pois assim como as culturas, as epistemologias também foram suprimidas com o processo de colonização, assumindo as religiões a luta por justiça social, econômica, histórica, sexual, racial, cultural e pós-colonial.

1-Ioná Gonçalves Santos Silva(Faculdade Ilhéus – Bahia/ Brasil)

2-Marlucia Mendes da Rocha (Universidade Estadual de Santa
Cruz – UESC e Faculdade de Ilhéus – Bahia/ Brasil )

16- Feminismo, Religião e Género: Debates Actuais

EMENTA:

Este GT propoõe um diálogo interdisciplinar, objetiva acolher trabalhos que discutem a articulação entre gênero, religião e ecofeminismo. O GT reflete sobre a desconstrução e reconstrução dos símbolos patriarcais que legitimam tanto a destruição da natureza quanto a opressão e violência de gênero que atingem homens e mulheres nas sociedades atuais.  Diante disso, a ecologia apresenta o enlace existente entre todos os seres, a rede de interdependência de tudo com o todo, constituindo desta maneira, uma totalidade ecológica. Já a teologia ecofeminista oferece uma perspectiva mais adequada do que as relações de gênero na elaboração de uma análise crítica dos universalismos teológicos que não levam em consideração o respeito à casa comum. O GT postula que as articulações entre gênero, feminismo e ecologia constituem um campo hermenêutico e crítico promissor diante da crise ambiental geradora do empobrecimento da Terra e das mulheres; diante do patriarcado que sustenta o domínio dos valores masculinos sobre todas as relações sociais; e da crise política que conduz aos autoritarismos e à intolerância.

Este Grupo de Trabalho tem por objetivo propor socialização de pesquisas no campo das ciências da religião, na perspectiva interdisciplinar que envolva a articulação entre feminismo, religião e gênero nas áreas de interlocução das ciências sociais aplicadas e ciências humanas. O GT pretende reunir pesquisadores/as em torno dos referidos eixos e de suas interfaces com as temáticas correlatas, acolhendo propostas de comunicações que discutam aspectos teórico-metodológicos e reflexões críticas acerca do papel das religiões e suas implicações sobre as relações do feminismo e gênero na sociedade atual.

1-Clélia Peretti (Pontifícia Universidade Católica do Paraná/Brasil)

2-Gleyds Silva Domingues (Faculdades Batista do Paraná/Brasil)

3-Jaci de Fátima Souza Candiotto (Pontifícia Universidade Católica do Paraná/Brasil)

4-Danielle Ventura de Lima Pinheiro (Universidade Federal da Paraíba/Brasil)

5-Sandra Célia Coelho G. da Silva (Universidade Estadual da Bahia /Brasil)

19- Mística e experiência religiosa: linguagens, práticas discursivas e representações sociais

EMENTA:

A proposta desse Grupo de Trabalho (GT) tem por principal objetivo acolher investigações que analisam e interpretam a mística como linguagem religiosa em perspectiva pluridisciplinar. Parte-se do princípio que a linguagem expressa a busca de sentido, pela consciência, através de múltiplas objetivações que podem ser chamadas de criações culturais. Assim, a religião encontra nessas objetivações suas muitas vivências das quais a mística torna-se uma linguagem privilegiada, justamente, para dizer o outro que nunca se deixa captar, totalmente, nas objetivações mencionadas (e.g. Michel de Certeau). Isso exige um constante exercício analítico para compreender os excessos e ambiguidades de sentido produzidos pelas experiências místicas. Serão bem vindas propostas investigativas que abordem uma transversalidade de temas e interesses, tais como: o problema da natureza e características da linguagem mística; desenvolvimentos históricos e comparativos de vivências místicas em diferentes tradições e movimentos religiosos; representações da mística em diferentes plataformas culturais, tais como as artes em geral e a literatura; os percursos e percalços da construção discursiva e de práticas sociais que englobam o fenômeno da mística no embate com formas mais tradicionais e logocêntricas de experiências religiosas; a vivência de experiências místicas, seja como produção ou legitimação da religião na esfera laica e pública; mística e política; mística e natureza, bem como outros temas que reflitam a pluridisciplinaridade afirmada. Espera-se, com isso, tornar o GT um espaço profícuo de discussões e diálogos acadêmicos em torno de um tema central para os estudos de religião na atualidade.

1-Josias da Costa Júnior (Universidade do Estado do Pará/Brasil)

2-Gustavo Soldati Reis (Universidade do Estado do Pará/Brasil)

3- Leonardo Gonçalves de Alvarenga (Universidade Estadual do Norte Fluminense/Brasil)

 

21- Hermenêutica da religião.

EMENTA:

A hermenêutica da religião não se resume a técnicas de leitura e interpretação de textos sagrados provindos de diferentes tradições religiosas. A hermenêutica é um método de investigação reconhecidamente aplicado à linguagem e àquilo que nela se expressa. Nesse sentido, a hermenêutica da religião lida com textos concretos e também com os diferentes modos de concretização da linguagem: fala, gesto, dança, música, símbolo, rito, mito, imagem, entre outros. Ela, por assim dizer, desafia o intérprete a compreender/interpretar a religião em suas múltiplas formas de manifestação e em suas variadas tradições. O olhar dirigido à linguagem deve se encontrar com a experiência aí realizada e manifestada: o que a linguagem manifesta é o sentido da religião, que, no entanto, nunca se esgota em um só significado. O que a hermenêutica da religião, a princípio, aborda é o fenômeno religioso, o que torna-a próxima da fenomenologia. A também possível abordagem fenomenológico-hermenêutica precede a redução gnosiológica sujeito-objeto porque entende a religião em sua manifestabilidade, ou seja, antes de ser objeto da ciência. O fenômeno religioso é compreendido como experiência viva e vivida. Isso é fundamental para a constituição da ciência da religião, pois compreendese a religião enquanto manifestação de sentido possível, que, por sua vez, ocorre antes da objetivação científica. A hermenêutica da religião, assim, desvela-se como um vasto campo de investigação que abriga abordagens teórico-práticas e está em diálogo com outras metodologias provenientes da filosofia, teologia, ciências sociais, entre outras. Ela contribui, de fato, para uma epistemologia integral da religião. Por fim, o grupo temático “Hermenêutica da religião” está aberto a receber comunicações provenientes de investigações teórico-bibliográficas e/ou empírico-quantitativas desde que nelas se faça perceber uma efetiva abordagem hermenêutica da religião.

1-Renato Kirchner (Pontifícia Universidade Católica de Campinas/Brasil)

2-Luís Gabriel Provinciatto (Universidade Federal de Juiz de Fora/Brasil)

22- Diversidades sexuais, corpos e religião.

EMENTA:

O Grupo de Trabalho que se propõe visa dar maior visibilidade e amplitude às pesquisas desenvolvidas pelo Grupo de estudos e pesquisa Reduge- Religião, Educação e Gênero, certificado pela plataforma CNPq, que reúne pesquisadores e docentes do Programa de Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora/MG. No referido grupo discutimos questões relacionadas à ingerência religiosa no que concerne ao corpo do indivíduo, à sua sexualidade, ao exercício do prazer, e como, a reunião de todos esses elementos, podem “performatizar” o gênero e o sexo binários masculino/feminino. Procura-se discutir trabalhos que versem, dentre outros, sobre 1) sexualidade e religião, 2) diversidade sexual e religiosidade, 3) corpo, prazer e desejo na prática da fé cristã, 4) gênero e sexualidade na igreja, 5) moral cristã, 6) ministério eclesial e a diversidade sexual, etc. Os temas deverão enriquecer a discussão da atualidade sobre fé cristã e sexualidade, controle do corpo, do desejo e do prazer, bem como, abordar temas como a relação ainda tensa entre a diversidade sexual e a fé cristã. Pretende-se debater a temática da sexualidade dentro das diferentes comunidades religiosas. Temas como o celibato, os abusos sexuais, a homossexualidade têm tido nestes últimos tempos objecto de debate quer no seio das instituições religiosas quer na sociedade em geral. Também noutras comunidades religiosas, o tema do casamento entre pessoas do mesmo sexo tem gerado divisões e até rupturas. Pretende-se igualmente debater a decepção de muitos jovens com a religião, designadamente as Gerações Y e Z (designação sociológica para as gerações nascidas após 1980 e 1994 respectivamente) . Segundo inquéritos recentes a paisagem religiosa em geral tem vindo a perder adeptos, estando a ocorrer alguns fenómenos de “não afiliação” dessas novas gerações perante, entre outros, o problema da inflexibilização de muitas instituições religiosas na mudança de paradigma face à sexualidade.

1-Marcela Cavalcanti (Universidade Federal de Juiz de Fora/Brasil)

2-Beatriz Vilhena (Universidade Federal de Juiz de Fora/Brasil)

3- Vitor Manuel Raposo Rafael (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Lisboa/Portugal)

23- Espiritualidades e Religiões da Índia e da China.

EMENTA:

O grupo temático das Espiritualidades e Religiões da Índia e da China reúne o melhor da investigação dos países falantes da língua portuguesa e de outros países não lusófonos, que estudem as realidades espirituais e religiosas, originárias da Índia e da China, nos espaços da lusofonia. O grupo contempla todas as tradições da Índia e da China como, por exemplo, as diversas escolas do Budismo e as cosmovisões do Hinduísmo, como o Yoga e o Vedanta, o Jainismo, o Daoísmo e o Confucionismo, entre outras, na sua relação com a Natureza externa e interna, e com a Ecologia.

 

1-Paulo Hayes (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Lisboa/Portugal)

24-Tradições Religiosas: Ações, Mediações e Interlocuções no Âmbito dos Espaços Público e Político.

EMENTA:

O GT objetiva trazer à tona o debate sobre a questão do papel da religião (em suas diversas representações oficiais e espontâneas) no âmbito público, civil e laico. Até que ponto as tradições religiosas têm ampla legitimidade em expor suas premissas (e colocá-las em prática) no espaço público e político? E quais são os limites de sua atuação (propositiva e prática) nestes espaços? Como as tradições religiosas têm atuado e influenciado sobre espaços públicos e políticos? Como as narrativas e literaturas sagradas das tradições religiosas (através da normatividade que têm para seus adeptos) estão a influenciar o âmbito público, civil e laico da sociedade? Quais as tensões, oportunidades e conflitos que se desenham na relação entre preceitos descritos nas literaturas e narrativas sagradas e a inserção deles (de forma dialógica, propositiva ou impositiva) no âmbito civil e público?

1-Rodrigo Portella (Universidade Federal de Juiz de Fora/Brasil)

2-Joaquim Costa (Universidade do Minho/Portugal)

1-Rodrigo Portella (Universidade Federal de Juiz de Fora/Brasil)

26- Chamados pelo Coração do Mundo: Gnose e Esoterismo enquanto fontes de inspiração ecológica

EMENTA:

Procuraremos nesta conferência contribuir para a compreensão da possibilidade de criação na época actual de uma ecologia profunda, subjacente a uma nova capacidade de pensamento, de dinâmica ética, milenarmente presente em correntes e tradições espirituais como o gnosticismo, o neoplatonismo e o hermetismo – incluindo as suas artes, como a alquimia. Serão também estudados os contributos dados por movimentos como a Rosacruz, a Maçonaria, a Teosofia e a Antroposofia.

1-Rui Lomelino Freitas (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Lisboa/Portugal)

27- Diálogos, Memória e Sustentabilidade Cultural na Festa Religiosa

EMENTA:

A proposta visa abrir um debate inter e transdisciplinar sobre a festa religiosa, promovendo um espaço para estudo e compartilhamento de investigações que contam com a memória, o diálogo, as práticas dialógicas manifestos nos estudos culturais da religiosidade, como ainda refletir sobre as diferentes realidades entorno da sustentabilidade cultural.

 

1-Sheila Nunes da Silva (Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Valladolid/Espanha e Universidade de Évora/Portugal)

28- Estudos sobre Cultura, Memória e Património Histórico Religioso e seus impactos na realidade ecológico-religiosa

EMENTA:

A preservação da memória e do patrimônio histórico possibilita uma valorização dos elementos que foram essenciais para a construção das estruturas que temos hoje. Mais do que isso, favorece o reconhecimento da importância de diversos setores da sociedade na construção de um universo cultural, seja material ou imaterial, que deve ser mantido. Ademais, a compreensão da construção cultural e patrimonial nos leva a refletir sobre as alterações ambientais produzidas a partir da presença dos mesmos em uma determinada realidade. Feitas essas considerações, o Simpósio proposto tem por objetivo agregar contribuições de pesquisadores que estudam a Memória e Patrimônio Histórico Religioso, analisando não somente a importância dos mesmos para compreensão da cultura, mas sobremaneira os impactos e transformações ambientais causados pelos mesmos, incluindo aqueles próprios do turismo religioso. Pretende ser um espaço aberto ao debate entre todos aqueles que se debruçam no estudo dos temas elencados e que são de grande relevância para a compreensão da realidade ecológico-religiosa contemporânea.

1-Tiago Tadeu Contiero (Claretiano – Centro Universitário/Brasil)

2-Wagner Montanhini (Claretiano – Centro Universitário/Brasil)

29-Religião e Direito.

EMENTA:

O objetivo do GT é analisar a questão das diferentes leituras interpretativas da ecologia na relação entre os seres humanos e a natureza a partir da leitura jurídico-teológica partindo do paradoxo da objetividade da certeza interpretativa e da lógica compreensiva da realidade tanto no direito quanto na religião. A partir dessa análise encontrar em uma perspectiva hermenêutica que considere este paradoxo entre a entidade metafísica e o paradigma a vida concreta, nomeadamente na questão ecológica para encontrar possíveis paradigmas de leitura.

1-Manoel Botelho (Pontifícia Católica de São Paulo/Brasil)

31-O corpo como ecologia de saberes.

EMENTA:

Espinosa (1962, p.7) diz-nos que por corpo “entendo um modo que exprime, de uma maneira certa e determinada, a essência de Deus, enquanto esta é considerada como uma coisa extensa”. Mas, para Espinosa (1960, p. XXIII) extensão e pensamento “não são substâncias independentes e heterogéneas, mas atributos ou propriedades da substância única e infinita, que é Deus”. Das consequências do seu raciocínio podemos dizer que o corpo é uma potência de agir. Esta força de existir pode ser aumentada ou diminuída em função das afecções que estabelecemos com aquilo que nos rodeia. O Corpo tem esta capacidade de não só ser afectado mas também de poder afectar, o que pode favorecer ou prejudicar a sua maneira de existir e agir. Partindo do enquadramento de Espinosa podemos considerar que o corpo é um conceito relacional. Nesta teia existencial o homem conduzido pela razão esforça-se por não só conservar o seu ser, mas também a vida e a utilidade comum – o bem que deseja para ele deseja também para os outros (Espinosa, 1965, pp.87-88). Importa que cada um se ame a si e aos “outros” de tal modo que procure esforçar-se na procura de uma maior perfeição de toda a cidade panteísta.Este sentir que aumenta a capacidade de pensar é uma maneira de nos aproximarmos de Deus nas diferentes dimensões da nossa relação (consigo próprio, com os outros, com o meio ambiente, com o cosmos…). Esta realidade existencial constitui diferentes tipos de experiências ecológicas, susceptíveis de permitirem uma via de acesso à espiritualidade. Nesta acepção, a ecologia é um saber interdisciplinar e multidisciplinar que nos pode ensinar a respeitar e a estabelecer relações mais saudáveis, contribuindo para uma sociedade mais humana e mais justa.

 

 1-José Brás (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Lisboa/Portugal)

 

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